Alexandre, o pessoal de casa e neste domingo, Dr. Ildo!
Insidiosa e subreptícia forma de erodir a auto-estima de alguém...
Pois bem, separe algum tempo e acompanhe as desventuras arquetípicas de Zé do Gás!
Petit récit:
- Zé, sua mãe tá chamando!
Marianne transmitiu o recado e foi embora sem dar maiores explicações.
Zé corria ansioso pelo corredor que ligava o quarto onde estava ao corpo principal da casa e, enquanto arfava, imaginava preocupado o que a mãe poderia querer com ele às dez da manhã de um domingo de páscoa. Será que ela vai me cobrar na frente de Dona Lilá alguma coisa que eu fiquei de fazer e não fiz? Será que vai me cobrar a tabuada de multiplicação? Ai meu Deus, Ai meu Deus!
Bom, deixe-me explicar...
D. Lilá é uma tia minha a quem visitávamos pelo menos uma vez por ano em sua fazenda durante, nem que fosse, uma pequena parte das nossas férias de meio ou de fim de ano. Mulher de pulso forte, ela ajudava o bonachão do tio Barroso a comandar a propriedade com eficiência e produtividade.
Tio Barroso era o que chamo de um “coronel“ mutante: chapéu de coronel, barriga de coronel, botas de coronel, charuto de coronel, bigode de coronel, voz de coronel, com um chicote sempre na mão e um cérebro de padre comunista. Segundo tia Lilá, que muito o amava, Barroso era “uma Besta” (carinhosamente dito é claro).
Nas preleções diárias, no alpendre da fazenda, Tio Barroso permanecia em silêncio enquanto minha tia, como uma boneca de ventríloquo às avessas, usava suas imagem e presença arquetípicas para criar um clima de tensão enquanto distribuía as tarefas que de outra forma não seriam cumpridas, minadas que seriam pelo calor anemia e indolência dos caboclos. Os funcionários ouviam calados e partiam para a labuta sem questionamentos ou resistências; sabiam no entanto, que como compensação, ao final do dia, com as tarefas realizadas, poderiam voltar ao alpendre para “bicar” uma branquinha com tio Barroso entremeados pela fumaça de seu charuto e de seus próprios cigarros de palha de milho que tia Lilá tolerava a contragosto.
Tia Lilá tinha porém o seu xodó: Alice a cozinheira; Alice servia-lhe de muleta psicológica, alter-ego e interlocutora no que mais se possa imaginar fossem os assuntos do repertório de prendas de uma mulher daqueles tempos: bordados e brocados, talheres de prata, copos de cristal, roupas de linho, culinária salgada e doce etc.
O Zé que aparece no começo da história é – que fique claro - o filho único de Alice com Pedrão, um vaqueiro que não esquentou lugar no emprego por conta de seu comportamento teimoso e anti-social naquela “comunidade” baseada em solidadriedade e obediência...a Tia Lilá, é claro!
Filho único de um raro momento de paixão na vida de uma Alice quase sempre à beira da asfixia pela presença altamente solicitante de minha Tia, Zé não era só Zé: era “Zé do Gás”! Alcunha que ganhou quando, ainda com 6 anos de idade, bebeu uma garrafa inteira de refrigerante cheia de querosene pensando que era soda limonada. O mal-feito foi descoberto pela própria Alice quando o menino foi-lhe junto ao fogão, pedir-lhe algo para tirar “um gosto ruim da boca”. Zé emitiu, sem querer, um arroto inflamável que teve sua origem rapidamente desvendada.
Dócil e prestativo, Zé não era lá muito inteligente – talvez por causa do parto difícil por que passam todos os "primogênitos” – e estava sempre se esquecendo do que tinha sido mandado fazer. Ele sabia-se assim e, há algum tempo, tinha dado para se estressar toda vez que era chamado às pressas à presença de meus tios. Se fosse um eletrodoméstico, Zé seria bivolt: 220 nas pernas e 1,5 na cabeça.
Mas, dessa vez (lembra?) ele estava sendo chamado por um motivo insuspeitabilíssimo.
Quando chegou na sala, Tio Barroso e Tia Lilá discutiam como ele nunca tinha visto:
- Impossível, em treze não nos sentaremos à mesa!
- Mas Lilá...deixe de superstições, não dá tempo de convidar um décimo quarto conviva a esta hora. As pessoas se planejam e neste momento todo mundo já deve ter se programado para o almoço de Páscoa!
- Não, não e não, prefiro desconvidar o menos interessante da lista: seu compadre Moreira seria um bom nome?!!
- Aí é que não! compadre Moreira é amigo de longa data. Lembre-se que foi ele que trouxe-nos Alice quando você não agüentava mais testar cozinheiras!
Tia Lilá ficou como que paralisada pelo argumento...
Neste momento, Alice interveio:
- Olhe D. Lilá, o meu José é quase como um filho para vocês, é amigo de Morpheuzinho e das outras crianças que já estão em idade para sentarem-se à mesa; tenho umas roupinhas bonitinhas para ele e posso vesti-lo adequadamente para ocasião. A mesa escapará deste número “infiliz” de convidados e a situação estará resolvida! Que é que a senhora acha?
Tia Lilá parou e olhou em volta, Tio Barroso sorria silencioso num orgasmo proletário, Zé do Gás assistia paralisado enquanto Alice fazia cara de Isaac Newton debaixo da macieira.
Dez segundos de interminável duração terminaram em uma aquiescência de Tia Lilá mas não sem uma interminável lista de recomendações feitas olho-no-olho de um Zé mesmerizado com a súbita oportunidade de desfrutar de tão inédito privilégio.
- Olhe seu “Zé do Gás”, não me cause vergonha! Fale baixo, não chute ninguém por debaixo da mesa, não bote o cotovelo em cima da toalha, não se atreva a beber nada que não seja água não..., não... etc.
Após ouvir tudo com olhos de coruja e pensamento nas nuvens, Zé fez “Sim” com a cabeça e saiu devagar da sala supostamente para se vestir e voltar para esperar o resto do pessoal. Mal cruzara a soleira da porta cozinha, quando se sentiu ao abrigo da visão de Tia Lilá, Zé disparou a correr passando por todos os setores da fazenda próximos à sede, para notificar os demais empregados de seu súbito privilégio:
- Firmino, – o possível garçom daquele almoço – hoje almoçarei à mesa com todos da casa; coloque todos os copos para mim também! Marianne – a passadeira – não quero dobras erradas na toalha, hoje sou eu quem vai botar nota em seu trabalho; almoçarei com todos!
E lá foi Zé, na sua meninice atabaroada, repetindo o comportamento arquetípico daqueles que foram mordidos pela serpente da vaidade!
Após informar a todos a quem podia pensar causar inveja, Zé foi prá casa, tomou um banho caprichado, se vestiu em calça de veludo e camisa branca de mangas bordadas e voltou caminhando devagar pelas sombras para não suar!
Sentou-se, contricto, ao meu lado no sofá da sala.
Que grande dia, devia estar pensando!
O telefone tocou no gabinete de leitura e Tio Barroso foi atender.
Cinco minutos após, depois de desligar o telefone, ouve-se um grito:
- Lilá, venha cá, ouça esta: Compadre Mundinho não vai poder vir, está meio desarranjado e não quer estragar o almoço com saídas repetidas para o banheiro nem tampouco arriscar-se a contaminar algum de nossos convidados.
- Coitado!
Tia Lilá matutava sua solidariedade telepática ao compadre Mundinho quando se lembrou de algo mais importante, ao menos para ela:
- Isso nos deixa de novo com 13 convidados à mesa! Oh, não!
Silêncio sepulcral
Eu e Zé também!
Meus tios se entreolharam por alguns segundos e foram virando-se simultaneamente, em sincronia e vindo em direção a mim, a Zé e ao sofá...
Tia Lilá sorriu sem graça e disse:
- Meu querido Zezinho, infelizmente por questões religiosas, você não poderá sentar-se à mesa conosco...sinto muito.
Naquele momento eu presenciei a situação mais próxima já vista de um episódio de desmaterialização instantânea de um ser humano: Zé afundou no sofá, alagou os olhos, levantou-se e caminhou devagar em direção à porta da sala onde parou e ficou, de costas, mudo fitando o pátio.
Tio Barroso era uma consternação só.
Levantei-me, fui até a porta; dei um tapinha no seu ombro e disse-lhe:
- Olhe Zé, num fique chateado não! Eu vou com você, almoçaremos na cozinha! A mesa ficará com 11 convidados e você pode dizer que fui eu que insisti para comer perto do fogão onde se come antes de todos a comida mais quentinha e gostosa da casa, longe dos olhares de reprovação que sofrem aqueles gulosos que querem repetir as porções mais gostosas!
Nunca tinha visto lágrimas secarem tão rápido!
Zé foi à cozinha, cochichou a desculpa no ouvido de Alice e antes mesmo que os convidados tivessem chegado, já estávamos nos refestelando com mangas doces como mel sob a sombra fresca das árvores do quintal não sem antes testemunhar os olhares desconfiados dos funcionários da fazenda que não pareciam acreditar naquela súbita renúncia de Zé ao privilégio de almoçar com D. Lilá e o Coronel Barroso.
- Bom, se não acreditarem, eu não tô nem aí!
Disse-me um Zé feliz e com a respiração entrecortada pelo volume, digamos excessivo, do seu conteúdo gástrico.
Uma sobremesa à altura destes sobressaltos!
P.S. de última hora:
Enquanto escrevo estas linhas, pega fogo a polêmica causada pelo texto de Luciano Huck indignado pelo roubo do seu Rolex.
Hoje foi a vez de um Rapper explicar a "justeza" da troca: a vida que ele conservou contra o relógio que perdeu.
O saudoso tom Jobim já dizia que "sucesso no Brasil é ofensa pessoal".
Tá legal, o cara faz um programa que não tenho o menor saco de assistir mas é bem-nascido, inteligente, inspirou o Louro José, descobriu a Tiazinha e casou com uma loura angelical!
Acho que por trás de muito indignado aparente, tem é muito invejoso que sempre botou na aparência a culpa por não ter encontrado um lugar melhor para si.
O texto que gerou a polêmica está aqui
Nenhuma maravilha;
Pior mesmo só o texto do rapper que ganhou espaço no mesmo jornal a título de contraponto.
A seguir tem o texto do poeta e tradutor Nelson Ascher arrematando a polêmica do jeito que Morpheus faria se fosse um poeta e tradutor do quilate de Nelson Ascher
Pensamentos de um "correria"
FERRÉZ
"Ele não terá homenagem póstuma se falhar. Pensa: "Como alguém usa no braço algo que dá pra comprar várias casas na quebrada?" |
ELE ME olha, cumprimenta rápido e vai pra padaria. Acordou cedo, tratou de acordar o amigo que vai ser seu garupa e foi tomar café. A mãe já está na padaria também, pedindo dinheiro pra alguém pra tomar mais uma dose de cachaça. Ele finge não vê-la, toma seu café de um gole só e sai pra missão, que é como todos chamam fazer um assalto.
Se voltar com algo, seu filho, seus irmãos, sua mãe, sua tia, seu padrasto, todos vão gastar o dinheiro com ele, sem exigir de onde veio, sem nota fiscal, sem gerar impostos.
Quando o filho chora de fome, moral não vai ajudar. A selva de pedra criou suas leis, vidro escuro pra não ver dentro do carro, cada qual com sua vida, cada qual com seus problemas, sem tempo pra sentimentalismo. O menino no farol não consegue pedir dinheiro, o vidro escuro não deixa mostrar nada.
O motoboy tenta se afastar, desconfia, pois ele está com outro na garupa, lembra das 36 prestações que faltam pra quitar a moto, mas tem que arriscar e acelera, só tem 20 minutos pra entregar uma correspondência do outro lado da cidade, se atrasar a entrega, perde o serviço, se morrer no caminho, amanhã tem outro na vaga.
Quando passa pelos dois na moto, percebe que é da sua quebrada, dá um toque no acelerador e sai da reta, sabe que os caras estão pra fazer uma fita.
Enquanto isso, muitos em seus carros ouvem suas músicas, falam em seus celulares e pensam que estão vivos e num país legal.
Ele anda devagar entre os carros, o garupa está atento, se a missão falhar, não terá homenagem póstuma, deixará uma família destroçada, porque a sua já é, e não terá uma multidão triste por sua morte. Será apenas mais um coitado com capacete velho e um 38 enferrujado jogado no chão, atrapalhando o trânsito.
Teve infância, isso teve, tudo bem que sem nada demais, mas sua mãe o levava ao circo todos os anos, só parou depois que seu novo marido a proibiu de sair de casa. Ela começou a beber a mesma bebida que os programas de TV mostram nos seus comerciais, só que, neles, ninguém sofre por beber.
Teve educação, a mesma que todos da sua comunidade tiveram, quase nada que sirva pro século 21. A professora passava um monte de coisa na lousa -mas, pra que estudar se, pela nova lei do governo, todo mundo é aprovado?
Ainda menino, quando assistia às propagandas, entendia que ou você tem ou você não é nada, sabia que era melhor viver pouco como alguém do que morrer velho como ninguém.
Leu em algum lugar que São Paulo está ficando indefensável, mas não sabia o que queriam dizer, defesa de quem? Parece assunto de guerra. Não acreditava em heróis, isso não!
Nunca gostou do super-homem nem de nenhum desses caras americanos, preferia respeitar os malandros mais velhos que moravam no seu bairro, o exemplo é aquele ali e pronto.
Tomava tapa na cara do seu padrasto, tomava tapa na cara dos policiais, mas nunca deu tapa na cara de nenhuma das suas vítimas. Ou matava logo ou saía fora.
Era da seguinte opinião: nunca iria num programa de auditório se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua pra ganhar o suficiente pra cobrir as dívidas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que, apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada. Tantas pessoas que conheceu que trabalharam a vida inteira sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e, no final, ficaram velhas, morreram e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos!
Estava decidido, iria vender o relógio e ficaria de boa talvez por alguns meses. O cara pra quem venderia poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres seminuas em seu programa.
Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro nem teria segunda chance. O correria decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.
No final das contas, todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso, que é sua vida, e o correria ficou com o relógio.
Não vejo motivo pra reclamação, afinal, num mundo indefensável, até que o rolo foi justo pra ambas as partes.
REGINALDO FERREIRA DA SILVA , 31, o Ferréz, escritor e rapper, é autor de "Capão Pecado", romance sobre o cotidiano violento do bairro do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, onde ele vive, e de "Ninguém é Inocente em São Paulo", entre outras obras.
NELSON ASCHER
Entre Hobsbawm e Huck
Entrevista de historiador e reações a assalto distinguem esquerdistas das pessoas racionais |
Filiado ao Partido Comunista britânico desde a juventude, o "historiador" já colocara sua pena servil ao serviço deste em 1940, escrevendo com Raymond Williams um infame panfleto pró-imperialista defendendo a invasão da Finlândia pela URSS. Ele justificava sua escolha como a única possível diante da ameaça nazista. Só que, se era tão antinazista, por que continuou a apoiar os soviéticos entre 39-41, quando estes eram os mais importantes aliados da Alemanha? Por que não abandonou o partido para apoiar o país que estava combatendo o Terceiro Reich, isto é, o seu?
Hobsbawm gosta de repetir que foram antes os intelectuais do bloco soviético, não o povo, que se desencantaram com o comunismo. Se o diz, contudo, é porque, como bom intelectual, passou a vida falando de preferência com outros intelectuais. Caso contrário, saberia que, desde seu estabelecimento, não houve no mundo sistema mais desprezado e odiado por suas vítimas, as pessoas comuns. Mesmo o nazismo foi mais popular, pelo menos entre os alemães e enquanto a guerra lhes parecia favorável.
É fácil entender as razões pelas quais nosso ideólogo abandonou os ares de historiador e preferiu dedicar-se à futurologia, prevendo a queda iminente de um tal de império americano. Está certo ele: nada no passado saiu como imaginara (ou desejara) e, assim, aos 90 anos de idade, é mais seguro discorrer sobre o que não irá testemunhar. Seu problema, contudo, é o seguinte: se não conseguiu antever nem aceitar o desmoronamento, em menos de três gerações, de um império territorial, o soviético, e se tampouco é capaz de compreender que o verdadeiro imperialismo de nossos tempos é o islâmico, por que alguém perderia tempo com ele em seu papel de Cassandra?
Seja como for, um mérito seu deve ser reconhecido. Como velho marxista, ele não manifesta simpatia pelo desvario teocrático-político. Já seus discípulos têm menos escrúpulos e, especialmente no Reino Unido, acreditam que em sua aliança com as lideranças e massas islamizadas está a chave para a revolução antiimperialista.
Se o comunismo foi um dia a aspiração prometéica de transformar o mundo sobre os ossos de cadáveres, hoje em dia ele não passa de um reacionarismo desorientado e rancoroso, cioso de cada detrito de sua mitologia kitsch (como Che Guevara) e sempre acreditando que "quanto pior, melhor". Isso é o que transparece em reações a um artigo que, a respeito do assalto que sofrera nos Jardins, o apresentador de TV Luciano Huck publicou, na semana passada, na seção "Tendências/Debates".
O tom das respostas negativas era o de que um brasileiro que não seja "excluído" não tem direito nem aos benefícios da cidadania, nem à proteção das leis nem sequer à solidariedade. Está proibido até de reclamar. Segundo aquelas, caso alguém pertença à "elite", mesmo que pague impostos e não cometa crimes, tem é que morrer, salvo, talvez, se ingressar no PT. Também quem mandou Huck violar o tabu e afirmar o óbvio, que lugar de bandido é na cadeia? Não cai bem dizer que é graças ao aumento da população carcerária que, nos últimos anos, a criminalidade caiu dois terços em São Paulo.
Há, todavia, um paradoxo que torna ainda mais estranho o contexto dessa história. O que distingue os esquerdistas das pessoas normais e racionais é o fato de que aqueles são avessos à iniciativa privada, achando que tudo deve ser confiado ao grande benfeitor, o Estado. Tudo, sim, com uma exceção: a violência. Quando se trata desta, o Estado (se é de direito e democrático) nunca pode usá-la legitimamente, mas, se forem indivíduos que recorrem a ela, então é permitida e até desejável, sobretudo no caso de bandidos e terroristas. A violência boa, para essa gente, que provavelmente aprova Hobsbawm e desaprova Huck, é a do free-lancer, exceto quando o Estado é revolucionário e perpetra uma violência idem. Execução em massa de opositores políticos, tudo bem; prisão para bandidos, não.
Um comentário:
É isso aí Manellis! Vamos soltar as amarras!
"Parodiando" nosso mestre CDA, os textos estão todos prontos, apenas esperando para serem escritos por algum desavisado.
Parabéns.
Alexandre
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