Todos tivemos amigos de infância; CDF's, simplórios, práticos, inteligentes, engraçados etc.
Desde cedo, uma aptidão para interagir parece lutar para se estabelecer dentre todos os potenciais da individualidade nascente.
Há porém, em algumas turmas, o amaldiçoado; aquele a quem todos vaticinam: não vai dar para nada!
Este camarada às vezes é realmente influenciado pelos ditos e estagna paralisado sem nada fazer; nem pro bem, nem pro mal.
Este post, no entanto foi pensado para discorrer sobre um outro tipo: no começo, ele parece lutar para não ser incluído entre os que "não vão dar para nada". Ele investe, se aplica, sofre rejeições, mas completa a prova. Como um último passageiro a entrar num elevador lotado prestes a partir ele...
Se insere!
O elevador levará todos. O que chegou primeiro e o que chegou por último.
O CDF a chegar primeiro vai passar por mais aperto e pela sensação de indignação de ver seu elevardorzinho ser lotado progressivamente por gente menos qualificada - o último a chegar pode muito bem lançar um olhar desafiador sobre o CDF espremido no canto como quem pergunta: Viu aí? também cheguei!
É verdade, ele também chegou. O CDF vai ter que ter uma cabeça muito boa para assimilar o golpe e a constatação de que toda a sua aplicação não foi suficiente para livrá-lo da companhia de tão desprezível criatura.
Este último passageiro, no nosso meio, pode ser um sujeito esforçado que lutou e se superou de forma honesta e pleno de bons valores; freqüentemente, contudo, este derradeiro integrante será o que costumamos chamar de "picareta". Uma pessoa/arsenal que gastou todo o tempo que pode antes de entrar no elevador, se aperfeiçoando em expertises de ilusão e engabelamento da fé alheia.
Ele se esforçou e, de certa maneira, chegou lá.
Cabe ao CDF entender que ele será sua "sombra" sem se esquecer que por vezes a sombra pode ser mais atrativa que o objeto que a gera.
Toda esta divagação me ocorreu enqunto chegava para me consultar com um amigo médico, excelente profissional, num destes últimos dias.
Seu consultório é um sucesso.
Até chegar ao seu consultório, após estacionar, algo me pareceu totalmente inapropriado: todo o prédio, da garagem aos elevadores está coberto com propagandas, vídeos e banners de um concorrente picareta: formação duvidosa, inserção oportunista, resultados pífios mas divulgação vistosa enganosa e irregular perante as normas do conselho regional.
Seu consultório, deste picareta, também está cheio!
Gente diferente por certo.
Gente que lê horóscopo, compra produtos vendidos por telemarketing e planos de capitalização; toma vitaminas desnecessárias, usa adoçantes e por aí vai...
Meu amigo e o concorrente têm padrões de vida relativamente iguais e um reconhecimento alheio que só se diferencia quando o avaliador tem meu nível de conhecimento.
Perplexizante mesmo.
Tudo isto foi para dizer a você, leitor, que embora seja inútil para o próximo, o picareta pode ser, sim, uma pessoa de sucesso com uma vida familiar, pasme, sadia inclusive sendo herói de seus filhos!
Ou seja, diferentemente do apático que ficou para trás e que não deu prá nada (nada mesmo!), o picareta pode ser uma pessoa dinâmica, aplicada e cheia de planos, embora incapaz de trilhar uma mínima ortodoxia.
Enfim, admitamos, a picaretagem é um ramo do conhecimento humano!
É uma competência!
Infelizmente, sem metodologia oficial!
P.S. A campanha eleitoral está aí; um bom momento para meditar sobre o tema do texto.
P.P.S. Não deixe de clicar no link abaixo e ler um recente texto de Jabor onde ele dá um diagnóstico preciso sobre a metodologia do nosso presidente - desconte um pouco do despeito tucano do cronista e se divirta com o resto.
Link para o texto
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