Como tantos outros fazem neste mesmo instante,
Um rio chega ao mar.
O primeiro, estreito e corrente, sujo e margeado,
Encarna em fluido, o fluxo do tempo apressado
Mas o tempo é único e os rios, são muitos
Uns rápidos, outros lentos
Parecem-me mais com vidas;
estas sim, cada uma com seu tempo!
O segundo, largo e profundo, de movimento inaparente
Dilui a vida que a ele se entrega com o poder conservador do sal que mata e eterniza
O margeador do mundo.
Tipo de rios há,
Que direto e reto chega ao mar
Outro porém, encontrará outro rio
Antes de ao fim se entregar
Sabe-se ainda de alguns poucos,
Que de tão lentos e débeis,
Comportam-se como loucos
E como que entregando o pescoço ao laço
Se matam de sede antes de qualquer coisa
Evitando o mar para virar mormaço
Rios há que chegam calmos
Com resignação e desapego
Ah, mas outros não!
Em claro desassossego,
Chegam em velocidade
Carregando lodo e entulho
E tudo mais que conseguirem trazer
Em final ansiedade
O mar indolente,
Vasto e faminto,
Tragará o trazido.
Com sua boca sem dentes
Sem pudor, imperturbavelmente.
Neste ponto da saga
O lodo se salga e o salgado se dilui
A morte degusta a vida
A vida encontra sua sorte.
Até que em um instante
Como quem para pra descansar
A maré cheia sacia o mar
E os fluxos se invertem nesta contraditória clepsidra.
Considere rapaz...
O que acaba de ler
Com Sideris
Com as estrelas
Um comentário:
Putz! Q coisa linda!!! Virei fã total! Continue escrevendo!
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