dezembro 19, 2006

Que lama... uma semana sem postar!
Çê que quer saber d'uma?
xa pralá.
Faço-vos um convite:
Deixemos de nos recriminar e partamos à saudável prática do auto-indulto de Natal
Sim um indulto a nós mesmos!
Nós que somos presidiários de nossas convicções.
Arbitrário e descarado como são todos os indultos.
Aliás, em inglês, "convicted" significa realmente preso!
Penso que se nos perdoarmos agora, o Criador, que não fica atrás de ninguém quando o assunto é perfeição, vai nos perdoar (pelo seja lá o que for que nós tenhamos feito) até mesmo por contingenciamento filosófico!
Gostou Nenén?
Melhor que isso só Santo Anselmo, aquele que, raciocinando que a não-existência é uma imperfeição, postulou a obrigatoriedade da existência de um Deus que sendo perfeito, portanto, não poderia não existir!
Nesse exato momento, meu gato (Fellini) sai do meu lado intolerante a tanta erudição (he, he, he!)
Pois é, com minha preguiça e tudo, vou tocando a vida deixando para raciocinar e empreender apenas quando meu cérebro entra em horário nobre. Isto acontece toda vez que acordo de uma noite bem-dormida, faço uma boa refeição, encho meu coração de bons sentimentos pelo mundo e consigo expulsar alguns alter-egos enjoadinhos que ficam tirando uma de nihilista só prá chamar atenção.
Já deu prá ver que eu não podia nunca ter encarnado num chassi de paulista, aquele pessoal que tem na pronúncia do "r" piracicabano o único fator de real identidade cultural e que entra em sídrome de abstinência quando estão de folga.
Transcrevo abaixo um pedacinho de Fernando Pessoa que me conforta bastante quando busco alívio para surtos auto-recriminação que me ocorrem por vezes quando pratico indiscriminadamente a minha baianidade:

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Genial Fernando Pessoa!
Será que era mestiço?
Se era, por que não nasceu baiano?
Bem...acabamos de entrar na segunda quinzena de dezembro quando pipocam quase simultaneamente milhares de convites para confraternizações às quais não se pode faltar sob pena de magoar um amigo, ser esquecido por um chefe ou até de perder a oportunidade de desejar felicidades a alguém que talvez não esteja entre nós no ano que vem.
À parte churrascos abominavelmente preparados com carne não menos abominável e Prossecos de enésima qualidade,
Natal é festa,
e mesmo que tua sogra venha te visitar (brincadeirinha Zule) lembre-se de confraternizar com o coração pleno de bons sentimentos;
digo isto porque acho realmente que o amor é mágico (o perdão também!): bons sentimentos emitidos de forma sincera é magia potente capaz de ajudar nossos afins e de destruir inimigos de forma fulminante.
Experimente prestar um grande favor ou perdoar, de coração aberto, a alguém que nunca lhe deu motivo para tal (se é que entende o eufemismo) e procurar saber dele(a) pouco tempo depois...
Comigo não falha nunca!
Pior é que às vezes dá até pena.
Mas a pena é um bom sentimento (he, he, he!)
Acredite-me!
Se quiser entrar para o mundo dos magos,
aprenda a amar densamente o mundo, as pessoas a sua volta e acima de tudo a você!
Com todas as imperfeições que os acima nominados possam ter.
Mas lembre-se:
Um bom coração é inútil no peito de um idiota, ou de alguém que se comporta como tal.
As imperfeições do mundo, das pessoas e as suas são perigos que devem ser identificados e tratados por quem tem o dom de fazê-lo ou então ser evitados.
Once again!
Viva o Natal e os símbolos que a ele se associam!
E...
da mesma forma que você:
Farei dieta no ano que vem
e exercícios também
Cuidarei mais do meu bem
e não vou mais esquecer do nome de ninguém.
Farei um check-up
Lerei mais
Ok, is it enough?
Prá mim é, chega!

P.S. Assim que me recuperar da próxima confraternização volto a postar.

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