junho 06, 2011

Aparvalhados

Os europeus já apresentam baixas taxas de natalidade há muito tempo; mesmo assim os jovens que chegam à beira do mercado de trabalho estão sem perspectiva alguma. Possuem qualificação mas, simplesmente, não "cabem" em seus países!
A tecnologia e o desenvolvimento encolheram o mundo deles para além do sentido metafórico comumente utilizado.
Quem ganha 1000 euros se chama "mileurista" e pode se considerar um felizardo embora, com este dinheiro, não possa ter independência alguma.
A palavra "fado" significa destino e também um enfadonho ritmo poruguês.
O grupo Deolinda fez a canção abaixo (o video com reportagem está logo abaixo da letra) com tintas de humor para este drama português e europeu.
Comicamente dramático!

Por enquanto, vc que tb se acha parvo, curta:


Parva Que Eu Sou

Sou da geração sem remuneração
E nem me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Que para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'casinha dos pais',
Se já tenho tudo, para quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'vou queixar-me para quê?'
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração 'eu já não posso mais!'
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.



Neste final de semana estive no Rio como membro de uma banca examinadora e não pude deixar de me maravilhar com aquela barganha social da nossa ex-capital: os pobres perto do céu, os ricos à beira-mar.
O baile funk e a bossa nova...

As redes sociais reverberam tudo isso e prenunciam um futuro de integração social sem a intermediação de partidos políticos.

Quem viver verá!

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