novembro 06, 2008

Oba, Ma! Barack!

E finalmente aconteceu: os negros venceram;
Lewis Hamilton e Obama!
A vitória de Hamilton me deixa um pouco chateado por razões óbvias, mas a de Obama...
Apoteótica!
Menos talvez...
Na de Hamilton, um alemão com nome de pistola de plástico (Glock), convenientemente, perde a sexta posição na última volta...
hum...
Será que tem marmelada?
Na de Obama, fica difícil imaginar que ele fosse preterido em favor da dupla Asilo-Hospício: o velhinho poli-seqüelado e a menina maluquinha.
Uma bomba para o negão: um país em recessão antipatizado pelo resto do mundo e metido em duas guerras onde, por definição não há vencedor; só derrotados.
Brincadeiras à parte, taí um camarada que teria dificuldades em se dizer negão: mulatão (a la Machado de Assis) com pedigree Quênio-havaiano, CDF, com retórica impecavelmente polida e elegante de enjoar.
Um Michael Jackson que deu certo,
Muito certo!

Para quem conhece os EUA não é difícil entender porque Hamilton e Obama são imagens tão fortes candidadatas ao panteão dos queridinhos mais queridos de todos os tempos.
Lá, os negros tiveram que abrir caminho a tapa na selva da intolerância anglo-saxã; os ingleses e irlandeses, povos insulares, não quiseram saber de aproximação com eles.
Se fossem franceses os ingleses, todos os EUA seriam como Nova Orleans e todo mundo dançaria junto no Mardi Gras When the Saints go marching in!
Mas infelizmente não foi assim; de sua luta incansável emergiu uma comunidade negra que tirou leite de suas cicatrizes para alimentar de alegria e sentimento toda uma nação sem restrições étnicas; vide o blues e jazz.
As cicatrizes passaram também a compor a identidade étnica transmutadas num dialeto específico, num gestual típico e numa indumentária imediatamente reconhecível.
Curiosamente, ao menos para mim, de maneira idiossincrásica e pontual, os negros americanos sempre mantiveram com os brancos um outdoor de sua confusão identitária: os cabelos espichados de suas mulheres!
Já reparou?
Não tem nenhuma de trancinha ou arrepiada como uma Minie Riperton ou Roberta Flack!
Isto os transforma numa espécie de ursos negros do ártico!
Onde estaria a solução?
Bastava olhar o estilo de Wynton Marsalis ou de Quincy Jones!
Don King e Tyson não é o tipo de combo que interessa a ninguém.
Felizmente, Obama (quero crer que não pré-apocalipticamente) apareceu e a América fez uma opção correta após amargar os Bushs (moitinhas em inglês!) e suas guerras.
As manchetes dão conta de uma derrota histórica do racismoe e eu acho que estão redondamente enganadas!
Quem foi derrotada e, talvez não tenha se dado conta, foi a atitude auto-segregacionista e reativa de uma etnia que perpetra uma anafilaxia histórica contra a geração errada.
Quem sabe tenhamos agora o desmonte da matriz comportamental que já não serve para muita coisa além de fechar portas e gerar o pré-conceito! (isso mesmo, separado!)
God Bless America!
Acabamos de finalizar um ciclo conservador reativo ao maio de 68;
Assim caminha a humanidade: em altos e baixos, em ciclos revolucionários (vide copérnico!), em ofegante e asmática atopia agravada agora por um excesso de CO2.

Vamos em frente,
Pois é melhor pular sozinho no abismo do que sofrer a desonra de ser empurrado!

E last but not least, noutra decisão histórica,
Morpheus promete cogitar seriamente a renovação do seu visto americano.
Cumprimentos a Felipe Massa!
Para o lixo da história, Bush!
Aguardo ansioso o dia em que mulher de Obama ou Oprah Winfrey apareçam em público com seus cabelos au naturel.
Neste dia, the america will be as one!

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