maio 18, 2008

Marina, Cabocla, Marina...

Pegar malária 5 vezes,
hepatite duas,
leishmaniose pelo menos uma.
Intoxicar-se por metais pesados,
alfabetizar-se aos 16 anos,
formar-se em História,
eleger-se vereadora,
senadora,
e ser ministra de uma das áreas mais críticas para gestão estratégica do nosso país.
Enfrentar ruralistas ONGs, outros ministros, pistoleiros; carregar o legado de Chico Mendes.
Entender a dimensão cósmica da floresta.
Praticar uma filosofia pragmática e resoluta acerca de suas competências...
Tudo isto em um nome.
Um nome que mesmo sugerindo a presença do mar,
nasceu na floresta.
Floresta que hoje, rebaixada a "selva", é refúgio (ou refugo) das criaturas mais perigosas que o chassi humano pode encarnar.
Outras épocas estivéssemos, poderíamos ter inspirado Sérgio Leone a filmar o Jungle Western.

Esta semana, demissionária, perdemos a ministra (não a pessoa!) Marina Silva, ou melhor, Osmarina Silva, cabocla voluntariosa e portadora do que gosto de chamar de "genialidade ética"; entendendo por isto o uso mais eficaz possível dos preceitos básicos de ação voltada ao próximo.
Uma forma refinada e inteligente de amar!
O seu exemplo, apesar de todo o cardápio de doenças infecciosas que a afetou, merece ser repercutido como a melhor forma de como conduzir uma biografia para os livros de história.
Sua trajetória deveria ser obrigatória a todas quanto um dia se disponham a querer afrontar preceitos chauvinistas.
Seu legado biográfico deveria ser vedado por lei a citação por dondocas ou urbanóides oportunistas.
Que volte para o senado e faça, como de costume, o melhor proveito do que lhe é dado.

P.S.
Assista aqui em 3 partes a entrevista da neurocientista Suzana Houzel na qual ela fala com graça e competência sobre os mitos e verdades, sobre os mistérios e descobertas, sobre ciência e governo num programa no qual foi entrevistada por gente que, apesar das suas funções, mostrou uma perigosa e pesada ignorância acerca de temas corriqueiros em neurociência.
Os vídeos, em 9 partes, estão no youtube mas aqui foram compactados em 3 para download. Baixe, assista e mande seu filho levar para escola e mostrar para aquela professora moderninha e construtivista que não sabe p* nenhuma sobre o substrato orgânico sobre o qual trabalha.


Parte 01

Parte 02

Parte 03


Indicações Morféticas


Stephen Koch, ex-catedrático do programa de pós-graduação em redação criativa da Columbia University, escreveu esse manual singular da arte da ficção. Além de suas observações lúcidas e análises técnicas, o autor entremeia em seu texto elementos de sabedoria, orientação e comentários inspiradores a respeito de alguns de nossos maiores escritores. Conduzindo o leitor desde o primeiro momento, o momento da inspiração, à primeira versão e à concepção do enredo, Koch é um mentor benevolente, que se compraz em oferecer boa orientação quando mais se precisa dela. Oficina de escritores é indispensável na estante de todo escritor, para ser cuidadosamente folheado e estudado nos momentos em que a musa precisa de alguma ajuda para se manifestar.



Narrativa histórica em grande estilo, este é um profundo e envolvente relato sobre a Europa a partir da queda de Berlim, no final da Segunda Guerra Mundial. Abrangendo nações do leste e oeste, norte e sul, ele forma um magnífico panorama de sessenta anos, repleto de novas e brilhantes percepções.
Tony Judt, um dos historiadores e intelectuais mais conceituados da atualida-de, dedicou quase uma década de pesquisa e reflexão a esta grande história da Europa pós-1945. Esta é a primeira obra que apresenta todo o continente, de leste a oeste. Judt se baseou em pesquisas em seis idiomas para narrar a tumultuosa e excepcional jornada de um continente após a devastação causada pela mais violenta guerra da História. Nenhum país, questão, indivíduo importante ou evento decisivo deixa de merecer o foco da narrativa, mas Pós-guerra é o oposto de história arrastada. A narra-tiva é sempre brilhante, dinâmica, impulsionada pela força da voz do autor. Espirituo-so, contumaz e repleto de observações novas e surpreendentes, o livro é rico em deta-lhes visuais, com mapas, fotos e charges instigantes.
Pós-guerra constitui um raro deleite para os amantes de História e da Europa; é um espetáculo que nos transporta, desafiando ou até mesmo desmontando nossos preconceitos e ideários, deixando toda a Europa impressa na mente de maneira indelével.

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