É muito freqüente a cobrança de reciprocidade nas relações afetivas.
Comum talvez, seja também a incompreensão com existências das diferentes formas de amar. Num dos fragmentos de suas Pensées, Pascal aparentemente injuriado com cobranças do tipo: Seu celular só dá na caixa! mandou este libelo contra os atormentadores da paz alheia que ainda não entenderam que o desapego é ferramenta indispensável da felicidade:
"...é injusto que se apeguem a mim, embora o façam com prazer e voluntariamente. Eu iludiria aqueles em quem eu despertasse desejo, pois não sou o fim de ninguém e não tenho com o que satisfazê-Ios. Não estou eu pronto a morrer? E assim, o objeto do apego dessas pessoas morrerá. Logo, quando não seria eu culpado por fazer crer numa falsidade, embora eu a adoçasse e acreditasse nela com prazer, e que ela me desse prazer; ainda assim sou culpado de me fazer amar. E se atraio as pessoas para que se apeguem a mim, devo advertir aqueles que estariam prontos a consentir na mentira de que não devem acreditar, qualquer que seja a vantagem que daí me advenha; e, da mesma forma, de que não devem se apegar a mim, pois é preciso que vivam a vida a seus cuidados agradando a Deus ou procurando-o."
Guarde este texto, pode servir-lhe de conforto, arma ou argumento!
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