Chegamos a dezembro!
Aniversariei dia 02 comemorando tb o Dia do Samba
Talvez deste que seja o último antes do fim do mundo previsto pelos Aztecas; vamos pois, aproveitar este mês dourado.
Este foi, para mim, o ano de (o/a):
Facebook com suas vantagens e distorções
Do iPad e da volta ao eclético prazer de ler simultaneamente muitos (muitos mesmo) livros neste que é o verdadeiro exemplo de computação pessoal
Ver menos TV
Ler o jornal ainda mais rápido
Aplicar-me a um MBA que tem muito me ilustrado sobre a máquina econômica do mundo e da minha área de atuação (saúde): estou fera na HP-12c
Assistir à ruína de vários matrimônios próximos em função da negligência com a dedicação à progressão na escada do amor: eros -> filos -> ágape
Deleitar-me com a efemeridade da glória mundana
Entender que a única compensação possível para perdas estruturais do envelhecimento é o adensamento da capacidade de vivenciar o afeto
Ouvir bandas esquisitas como a Islandesa Sigur Ros e outras nem tanto como a americana Decemberists
Diminuir um pouco o consumo de MPB (Semba e Diogo Nogueira são exceções)
Tocar melhor, mais lenta, econômica e elegantemente o violão
Prestar atenção na esquizofrenia farsante do nosso país com olhos de pena e desprezo
Entender o colapso das cidades, das instituições e de relações pela mão da atitude de rouba-rouba
Entender que Deus não escreve livros e, sim, pinta quadros e que, por isto, a intimidade com a arte é imprescindível.
Ver no surf uma atividade completa de harmonização física, mental e espiritual
Diferenciar qualitativamente o cansaço nervoso do cansaço calmo
Fulminar impiedosamente as almas envenenadas que se aproximam para compartilhar seu inferno particular através de conversas cheias de pessimismo, inveja e tormento.
Botar meu Darwinismo Espinosista no portfólio de atacado e praticar varejisticamente um Zoroastrismo Epicurista customizado com suas seis leis: pense o bem, fale o bem, faça o bem, cultive amigos, liberte-se de consumo e pratique a auto-análise de forma contínua.
Decidir que, nem por cortesia ao anfitrião, beberei ou comerei algo que não seja minimamente compatível com minhas preferências gastronômicas!
Ver a angústia à qual são levados aqueles que, por falta de clareza, perseguem o vento e/ou tentam viver a vida alheia.
Entender que o poder da graça da narrativa é infinitamente superior à utilidade do conteúdo
Cogitar a transformação dos melhores momentos do Morpheus em livro e dar como terminal a vitalidade dos blogs.
Entender, talvez definitivamente, que a prática do bem só é virtuosa quando a do mal também é igualmente possível sem danos ou até mesmo com vantagens para o pretenso virtuoso.
Lamentar, de forma recorrente, a perda de Paulo Moura (12/07/2010), o Dalai Lama sucessor de Pixinguinha.
Etc, etc etc...
Daqui até o dia 31, hei de complementar a lista com mais algumas bobagens; se lembrar de algo, me mande!
P.S. Nem todo dia eu posso surfar; nem todo dia o surf é bom; algumas cenas no entanto, se repetem aos meus olhos com persistência Kafkaniana:
A fila quilométrica frente ao hospital oncológico beneficente Aristides Maltez
A multidão de sequelados tentando praticar alguma atividade física numa etapa da vida em que o hábito é apenas paliativo e não profilático
Os homens tristes deixando as casas de pôquer onde perderam tempo e dinheiro sob efeito de uma poção composta por whisky e nicotina.
A juventude bêbada de cerveja vagabunda ouvindo música idem nos postos de gasolina
Os acidentes de trânsito violentos, fatais e imbecis causados por misturas químicas com percentagens variadas de álcool, sono, energéticos, vazio existencial e incompetência em dirigir bem.
A mendicância e crack
A asfixia viária da cidade
Saramago dizia não ser pessimista; o mundo, para ele, é que era péssimo!
Ê velhinho sabido!
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