Ora pois!

Rapaz...
O lazer tem me deixado esgotado!
Não para de dar onda em Salvador e as últimas manhãs sem vento foram realmente muito boas.
Para não exagerar no caráter bissexto das postagens, vai aqui o relato da estripulia gastronômica do almoço de domingo:
Um Bacalhau à la quelque chose!
Primeiro uma nota.
A alguns anos atrás finalmente entendi o que muitos dos preparadores de bacalhau morrem sem saber:
Não se descasca  o bacalhau como se ele fosse uma fruta antes de prepará-lo!
A pele e as espinhas minam, por gravidade para dentro do filé, uma gosma deliciosa que umedece e dá sabor ao prato.
Só depois de semi-pronto é que retiro a pele e as espinhas para melhorar a apresentação para os mais sensíveis.
Neste domingo usei um filé de lombo congelado e dessalgado (?)
O dessalgado da marca ainda apresenta 4 a 5% de sal!
Um verdadeiro absurdo a considerar o que hoje se sabe sobre sódio e saúde.
Pois bem... dessalguei-o por uma noite e troquei a água na manhã seguinte.
Uma hora antes, tirei-o do molho, espremi e cooquei num saco plástico com azeite de oliva em quantidade suficiente para envolver os filés apertadinhos no saco sem ar.
Aqueci o forno a 200ºC e fui montar o prato.
Uma cama de lascas de cebola serve de interface entre o bacalhau e o pirex.
Quarenta minutos coberto com papel alumínio no forno e pronto.
Agora é hora de tirar a pele e as espinhas e começar a montagem em outro pirex.
Filés no centro, brócolis cozidos em água com uma pitada de bicarbonato (para deixá-los verdes) nas extremidades, tomates grape ao azeite confitados no forno no meio-de-campo e umas fitas de cebola nos espaços vazios.
No fundo da assadeira restará uma maravilhosa mistura de cebolas, suco de bacalhau e azeite.
Passei na peneira e reservei numa molheira para embeber torradas de pão França.
Prosaicas batatas ao forno faziam a escolta externa para os mais esfomeados por amido.
Um bom espumante nacional e voilá!