O que é, o que é?

É argentino, é brasileiro
É quíchua, é azteca
É inca, é carioca por bossa
Mas é baiano por fé
É amigo do mundo inteiro
Menos de quem não dá pé
Canta cantigas de Cuzco
Da havana e do Tremembé
É um sambista milonguero
Bate um violão de terreiro
E é um santo de candomblé
É um compadre capoeiro
Legal! - berimbau de mestre!
É pintor que pinta porta
Pinta parede, janela
Pinta mar e pinta peixe
- Pinta a pesca do xaréu!
(Pintor que pinta Maria
e pinta até Isabel!)
É um pé-de-cana ligeiro
É um grande come-amarelo
É um brancayrameríndio
Um salvadorense Che
É um cara todo carinho
Um xique-xique sem espinho
É o meu, é o nosso irmãozinho
É o nosso cacique Carybé

Assim o poetinha, um dia, homenageou o argentino mais querido da Bahia.
Um dos espíritos da santíssima trindade que inventou a Bahia como gosto de vê-la, senti-la, amá-la, comê-la, ouvi-la, cheirá-la, tocá-la com as mãos nuas ou no meu violão: lá-lá-láraiá-lálá...

Se você ainda não foi, vá correndo ver a exposição de Carybé no MAM da Bahia.
Duzentas obras inclusive os painéis entalhados em madeira com os orixás, suas armas e seus animais sacrificiais!
É de tirar o fôlego e serve como ferramenta diagnóstica para autismo!
Se alguém olhar e não se tocar é um Rain Man!
Leve sua sogra; se ela sorrir pode ser que, debaixo daquela carcaça marrenta, ela tenha uma alma encarcerada!
Divulgue,
Propague,
Propagandeie
Convide todo mundo
Mas sobretudo,
Não deixe de ir!

Volto já.