Um dia, após a enésima repetição, um interlocutor decidiu dar uma de incoveniente e perguntou:
- Ô Costinha, você vive dizendo que cada um tem seu dia então por quê você tem tanto medo de viajar de avião?
Ao que recebeu a antológica resposta:
- É isso mesmo, mas vai que é o dia do piloto...
Enquanto os aviões caem como moscas cansadas nas beiradas dos nossos aeroportos o país migra lentamente para o fundo do manguezal.
Um amigo meu, piloto, disse-me que não perdemos por esperar o fim de novembro, mês que, segundo ele, é pródigo em acidentes aéreos.
Bom..., eu não vim aqui para falar disto, vim falar dessa maravilha que é voar direto de Salvador direto para Paris ou para Lisboa saindo direto para cima do atlântico sem interagir mais do que o necessário com a malha aérea brasileira.
Foi assim que comecei a parte lúdica do mê de outubro: 6 horinhas para Lisboa e mais outras 2 para Barcelona e lá estava eu na Catalunha. A terra de Miró e Gaudi, mãe adotiva de Picasso e outros é generosa em alegria e paisagem a ponto de ter me feito sentir-me em casa quer dizer, na Bahia.
Digo isto porque os catalães, além de super criativos e bairristas, assim como os baianos, têem uma língua própria que me pareceu um francês falado por um gago espanhol! A tabuleta fotografada em um restaurante pode dar-lhe alguma idéia do que disse.
A conselho de amigos, resolvi instalar-me no bairro Gótico, centro do burburinho e coração cultural da cidade de onde parti para a prospecção visual da cidade no topo dos ônibus panorâmicos que cobrem a cidade e suas atrações em 3 linhas temáticas. Compre o passe para dois dias, percorra a integralidade de todas três enquanto define, para o tempo que lhe for disponível, quais atrações visitará.
Uma dica: quatro dias é pouco!
O táxi que te levará do aeroporto à cidade é fácil, rápido e honesto; não tema!
Você chegará com muita fome e um pouco de jet lag portanto, boa parte da tarde da chegada será usada para comer uma refeição decente e zanzar meio zoró e meio tonto com o vinho obrigatório deste primeiro almoço. Percorra as imediações do hotel, pegue um mapa da cidade e vá descansar para levantar bem disposto no dia seguinte. Um bom programa para os mais dispostos é zanzar pela Rambla sem esquecer de tomar um sorvete italiano em alguma das gelaterias do caminho!
A foto ao lado (esquerdo) tirado do teleférico que liga a praia ao Montjuic mostra a Rambla propriamente dita que começa na estátua de Colombo e termina na praça Cataluña onde se pode pegar os tais dos ônibus panorâmicos. A torre da Igreja marca o coração do bairro gótico onde me hospedei e encontrei ao lado, o restaurante Neyras; lá, comi uma maravilhosa comida galega acompanhada por um albariño Terras Gauda que irrigou decentemente minha maltratada mucosa gástrica. Mini-polvos e sardinhas cantábricas preparadas por Paco antecederam um arroz negro que nocauteou meus sentidos com sabores e aromas do mar.
Fazer boas refeições é um dos grandes programas de Barcelona e não deve ser negligenciado a menos que seu orçamento não permita!
O supracitadao Neyras tem uma área de petiscos (chamados de Tapas) super acolhedora na qual são preparados os pratos que vão na "plancha" como os pulpitos e as sardinas abaixo. O azeite de oliva corre solto e é da melhor qualidade para ajudar a lubrificar a sua "máquina".
Após o almoço no Neyras, visitei o palácio da música catalã mas isso já é assunto do próximo post! Como dica de site neste final de post vai o site/blog Postsecret
onde segredos pessoais de um passado às vezes não tão distante são revelados de forma instigante. Visite e confira,
Até mais!
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