novembro 22, 2006

Vem de looonge!

Complementando a postagem anterior, reproduzo abaixo um trecho do Sermão do Bom Ladrão, no qual, na quaresma de 1655, na Igreja da Misericórdia em Lisboa, o Padre Antonio Vieira denunciava com impecável retórica os maus costumes que já se encontravam instalados nesta Pindorama (nome indígena do Brasil):

" O que eu posso acrescentar pela experiência que tenho, é que não do cabo da Boa Esperança para lá, mas também das partes do aquém, se usa igualmente a mesma conjugação. Conjugam por todos o verbo rapio, porque furtam de todos os modos da arte... tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo...furtam pelo modo imperativo...pelo modo mandativo...pelo modo optativo... conjuntivo... potencial... permissivo e infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes, em que se vão continuando os furtos".
"São companheiros dos ladrões porque os dissimulam, consentem, dão-lhes postos e poderes, defendem e os acompanham e hão de acompanhar ao Inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo".
Terrível pensar que isto já era denúncia em 1655; qualquer semelhança com o presente poderá ser uma mera manutenção de tradicões!

E para meditar,
Assim disse Manellis: "...erra todo aquele que tendo certeza não decide, tendo dúvidas, não as esclarece; sendo ignorante não procura informar-se."

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