janeiro 31, 2010

Trio calafrio faz o 7º tempo!

Rolou neste sábado a travessia de Paddles, SUP's  e canoas havaianas entre a Praia do Duro em Mar Grande e o Mahi-Mahi em Salvador.
Organizado por Maurício Abubakr, o evento contou, entre os competidores,  com a presença de Mandinho e Bruno Pitanga (vencedor da versão anterior).
Alguns contra-tempos atrasaram o início da prova e as condições ficaram muito difíceis com o vento inclemente e a correnteza que ficou especialmente forte no terço final da prova.
Os tempos foram bem superiores aos de costume obtidos pelos "remadores" mais assíduos.
Muita gente se perdeu (um foi jogado para fora na barra e outro foi bater no Forte de São Marcelo), muita gente passou mal e vomitou em pleno mar!
O SUP's se  deram particularmente mal por causa do vento contra o que obrigou alguns a remarem ajoelhados.
Nós, crias do CTS, viajamos numa escuna - Dona Paz - e não tivemos contra-tempo algum, muito pelo contrário.
Tínhamos duas pranchas de paddle para revezarmos.
As meninas tiveram problemas com a correnteza e com náuseas e completaram 4/5 do percurso quando tivemos que recolher a prancha por solicitação da capitania em função do Rali de Lanchas que começou 11h.
A outra prancha ficou comigo, Carlão e Alexandre e novamente Carlão que finalizou a prova com o 7º tempo!
Uma boa surpresa para nós que nunca havíamos treinado de verdade e tivemos que ir descobrindo macetes e pegando manhas enquanto remávamos.
(Clique na foto para vê-la melhor!)
Acho que as próximas edições poderiam constar de uma modalidade de equipe com a assistência de botes a motor ou jet-skis.
Treinaríamos com antecedência, planejaríamos tecnicamente e assistiríamos cada equipe de forma individualizada de forma a congregar pessoas e dar a chance de participar àqueles que não desejam treinar para o percurso integral.
A recepção foi no Mahi-Mahi com um paddle novinho para o vencedor, Maurício Abubakr, que o cedeu cordialmente para o segundo colocado, Pedro.
A meninada e a velharada aproveitaram para brincar no pier numa manhã de sol e muita festa regada a bebidas geladas que acompanhavam a feijoada, aberta a todos.


P.S.: Prometo um slideshow bacana assim que tiver tempo de prepará-lo. 


P.P.S.: Um site bem legal para quem se interessar pelo assunto é o Paddle Brasil
Clique no link e descubra um pouco da história desta modalidade inclusive os tipos de prancha para cada propósito de velocidade e nível de intimidade com o esporte.
Entenda como os vencedores fazem a operação: equipamento de ponta + treino = alta velocidade


Um abração,


Volto já!


Manellis

janeiro 24, 2010

Ai de ti, Haiti.

Não dá outra coisa,
O Haiti está em todas as capas!
Chocante sob todos os aspectos.
Talvez o mais chocante deles seja o fato do mundo inteiro se desabalar em correria para ver quem contribui mais.
Lembra-me o doente moribundo que sofre uma parada numa emergência de hospital público qualquer: não recebia um pingo de atenção há poucos instantes e em breve estará desfrutando de um choque elétrico para cardiovertê-lo e de um leito de UTI onde poderá morrer lentamente ao sabor da progressão do seu edema cerebral.
O Haiti e sua desgraça de quase dois séculos como nação independente  lembra-nos que por baixo de nossas roupas de griffe somos cro-magnons toscos e violentos.
Tudo que nos faz humanos é a cultura e o bom-senso acumulados na longa saga do pensamento séculos afora.
Ao me inteirar dos detalhes da história do Haiti por conta da profusão de textos em jornais e revistas não pude também deixar de lembrar dos dingos - os cães selvagens da Austrália: chegaram lá com os aborígenes e ao expandirem-se pela imensa ilha voltaram à selvageria.
Com o Haiti parece ter acontecido o mesmo. Tornaram-se independentes e voltaram à pré-história por serem incapazes de intuir o tal do "Contrato Social"
Para piorar, vizinhos do Tio Sam, viveram sob o jugo do poder remoto que minou mesmo os mais pífios esforços autonomia.
Já reparou como o Haiti parece um plug que se encaixa em Cuba?
O que será que isso simboliza?
Seria um picolé que fugiu do palito?
Será que uma decrépita diadura é melhor do que ditadura (ou governo) nenhum?
Eu mesmo prfiro os charutos e as praias da República Dominicana!
Brincadeiras à parte...
Talvez este momento nos mostre do que somos capazes de fazer quando estamos dispostos a ajudar.
Brutalizados, isolados e agora flagelados pela natureza, vistos pela TV,  os haitianos parecem uma sub-espécie prestes a desaparecer.
O que conseguirão fazer os brancos da escandinávia pelos negros do caribe?
As imagens do seu infortúnio deveriam ilustrar as cédulas eleitorais de países como nosso da mesma forma que ilustram os maços de cigarro outro tipo de horrendas fotografias.
Será que funcionaria?
Sei não...
Quando Pelé, lá pelos idos de mil novecentos e bolinha disse que brasileiro não sabe votar foi uma comoção!
Bem...
Chega!
Neste domingo ensolarado que está prestes a terminar vi uma foto de uma apresentadora octogenária saindo da quimioterapia ostentando seu rolex de ouro e brilhantes em seus dedos...
Vi outra também de um Lobão do Maranhão querendo ser vice de Dilmão!
Vai ser a chapa mais feia da história da democracia.
Só será superada se Serra convidar Heráclito para vice.
Ninguém merece!
Para vc que como eu não passa de um surfista de placas tectônicas, deixo um clipzinho do grupo Kansas com a canção Dust in the Wind.
Serve para mim, para ti e para o Haiti
Serve tb para a apresentadora com seus rolexes e seus anéis
Hasta luego!

janeiro 18, 2010

Ampliando horizontes



Mina Bissell nunca irá esquecer a visita de um proeminente cientista ao Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, da Universidade da Califórnia, onde ela trabalhava. Ela lhe entregou um texto que havia acabado de publicar sobre a gênese do câncer. "Ele pegou o papel, o segurou sobre o cesto de lixo e disse: 'O que você quer que eu faça com isso?'. E aí jogou o papel."
A cena aconteceu há 20 anos, e desde então Bissell e alguns outros lutam pela aceitação do que parecia uma ideia radical: o câncer envolve não só mutações genéticas, mas também uma interação entre células ruins e o tecido circundante.
A ideia parecia desnecessariamente complicada, e os cientistas focavam suas pesquisas nos genes e nas células isoladas do câncer, cultivadas em laboratório.
Agora, porém, cada vez mais cientistas mergulham nessas profundezas, estudando os tumores no seu ambiente celular.
E assim, segundo eles, se explicam muitas anomalias do câncer. O novo foco, dizem, é uma grande mudança no pensamento sobre por que o câncer ocorre e como contê-lo. Por enquanto, porém, a pesquisa não levou a curas, e os cientistas preveem que o resultado real do trabalho -se houver- ainda vai demorar anos.
Mas, quase 40 anos depois do início da guerra contra o câncer, os cientistas dizem que são necessárias novas direções urgentemente.

A taxa de mortalidade praticamente não cedeu na maioria dos cânceres, e a estratégia da mutação até agora teve efeito limitado -provavelmente porque as células cancerosas têm anomalias genéticas demais. Se um gene alterado é atacado, outros assumem o lugar.
Por isso, alguns cientistas estão revendo ideias que eram consideradas folclore -um golpe no seio pode desencadear o câncer, uma infecção pode alimentar células cancerosas, um sistema imunológico fraco pode permitir que o tumor se espalhe.
Eles também dizem que a nova abordagem pode ajudar a explicar mistérios como por que a incidência do câncer de mama despencou quando as mulheres deixaram de tomar hormônios na menopausa.
A ideia básica é de que as células do câncer não viram um tumor letal sem a cooperação de outras células próximas. Talvez por isso as autopsias indiquem repetidamente que a maioria das pessoas que morrem de outras causas tem pelo menos pequenos tumores que passaram despercebidos. Segundo o pensamento atual, os tumores ficaram controlados, sem fazer mal.
Isso pode também levar a uma nova concepção do tratamento: o câncer poderia ser controlado evitando o desmoronamento das células saudáveis em torno dele. A cirurgiã especializada em câncer de mama Susan Love, presidente da fundação de pesquisa que leva seu nome, compara o tumor a uma criança criada em um bairro ruim.
"Você pode tirar o garoto do bairro e a colocá-lo num ambiente diferente, e ele irá se comportar de forma totalmente diferente." "O que isso significa, se [a teoria] ambiental estiver correta, é que deveríamos ser capazes de reverter o câncer sem ter de matar as células. Isso poderia abrir uma nova forma de pensar no câncer que seria muito menos agressiva."
Algumas empresas estão atentas. A Genentech, por exemplo, estuda a forma como alguns cânceres de pele, ovário, cólon e cérebro emitem sinais às células circundantes para promover o crescimento do tumor. A empresa tem uma droga experimental que ela espera que bloqueie essa sinalização.
Outros estão estudando drogas como as estatinas e os anti-inflamatórios, que poderiam afetar os sinais entre as células circundantes e os tumores. Mas, segundo Robert Weinberg, pesquisador do câncer no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, "essa não é uma agenda científica claramente articulada, em grande parte porque ainda sabemos pouco sobre estes sinais e como sua liberação é controlada".
Os pesquisadores estão cautelosos. Ninguém sugere que controlar o ambiente do tumor irá, por si só, curar o câncer, nem minimiza a causa genética. Mas até mesmo alguns cientistas que fizeram carreira estudando os genes do câncer dizem que o ambiente de um tumor não pode mais ser ignorado.
"Sou descaradamente um geneticista do câncer", disse Bert Vogelstein, diretor do Centro Ludwig para a Genética e Terapêutica do Câncer, na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. "As alterações genéticas nas células do câncer são a causa mais próxima da malignidade."
Mas, segundo Vogelstein, "não se pode compreender totalmente essa doença se não se compreender" o ambiente tumoral. Pode ser uma interação recíproca, especialmente conforme os tumores crescem e se tornam mais avançados.
As células circundantes podem permitir que os tumores comecem e, quando isso ocorre, o câncer parece alterar as células circundantes para alimentar o seu crescimento. "Esta noção não é fogo de palha", disse Weinberg, que em 1981 descobriu o primeiro oncogene humano, um gene que ocorre naturalmente e que, sofrendo mutações, pode provocar o câncer.
Mina Bissell foi uma pioneira nos estudos que hoje estão permitindo uma maior compreensão da biologia dos tumores embora tenha tido que superar rechaços precoces às suas idéias; hoje é vista como heroína, com um prêmio que leva seu nome. "Você criou uma mudança de paradigmas", disse a Federação das Sociedades Americanas para a Biologia Experimental, em uma carta anunciando que ela havia recebido o seu prêmio Excelência em Ciência de 2008.

P.S. Abaixo, em inglês, uma potencial grande e boa novidade para a questão ambiental


Catalyst Offers New Hope for Capturing CO2 on the Cheap

Robert F. Service


If international agreements can't slash carbon dioxide emissions fast enough to tame global warming, how about sucking it out of the air? Technology using chemicals that bind CO2 already exists, but it's so expensive that using it on a large scale could increase energy demand—and the cost of energy—by at least one-third.

Researchers in the Netherlands report a new copper-based catalyst that can capture CO2, convert it to a different form, and then release it with a small fraction of the energy other techniques require. "This is an important fundamental advance," says William Tolman, an inorganic chemist at the University of Minnesota, Twin Cities. "But there's a long way to go before you could turn it into a catalytic process" for reducing atmospheric CO2, he adds.

The new method targets the step that so far has proved to be the Achilles' heel of air capture: prying the trapped CO2 loose so the capture compound can be used again. Various processes do that through heat, electricity, or changes in air pressure, all of which require a lot of energy.

Researchers led by Elisabeth Bouwman, a chemist at Leiden University in the Netherlands, hit on a possible way to lower the penalty while working on a very different problem: designing small metal-containing organic compounds to mimic the behavior of an enzyme called superoxide dismutase. In living organisms, the enzyme neutralizes superoxide, a reactive form of oxygen that is generated inside cells and that can damage DNA.

One copper-containing candidate compound surprised them. Instead of oxygen, it bound carbon dioxide by stitching two CO2 molecules together into a compound known as oxalate. X-ray crystallography showed that two pairs of the carbon complexes join together in a single unit to knit four CO2 molecules into two oxalates (see figure). Kenneth Karlin, an inorganic chemist at Johns Hopkins University in Baltimore, Maryland, who has worked on related compounds, says the new catalyst's ability to selectively bind CO2 and cause it to react is impressive. "This is amazing," he says.

Bouwman's group also worked out a way to regenerate the starting copper complex so that it could be used again. They simply added a lithium salt to their solution. The lithium swipes the oxalate from the copper complex, creating lithium oxalate. Then applying a very small voltage of –0.03 volts to the copper complex restores it to its original form. Adding an electron directly to CO2—the first step in converting CO2 into more complex, and useful, molecules—would require –2 volts, Bouwman says.

Bouwman acknowledges that the new CO2 catalyst isn't yet ready to become a bona fide air-capture technology. It works too slowly, and the lithium salt is too expensive. Bouwman says transferring the oxalate to a cheaper chemical shouldn't be difficult, and her group is already working to improve the catalyst's reaction rate.

Ultimately, if a CO2 air-capture technology is to be realistic on a large scale, the cost and energy requirements must come down, says Andrew Dessler, a climate scientist at Texas A&M University in College Station. "Air capture could be viable, but not unless research like this gets the energy requirement way down from where we are now," Dessler says. "So this kind of research is very exciting."

janeiro 14, 2010

Carpe diem

Segundo meu colega Ricardinho, o manellismo já é uma doutrina bem-configurada ainda que não passada decentemente para o papel. Para falar a verdade, espero por apóstolos que codifiquem meu pensamento uma vez que entre as qualidades básicas do bom manellista está a procrastinação e o laissez faire.
O texto abaixo, não poderia ser mais canônico.
Encerra os conceitos que me fazem, com frequencia, abrir um bom borgonha numa banal segunda-feira.

Leia com atenção e comece a praticar já!

O momento é agora

JOHN TIERNEY

Os cientistas sociais descobriram uma falha na psique humana que não será desagradável de corrigir. Talvez você nem precise de um grupo de apoio. Pode começar de uma simples resolução de Ano-Novo: divirta-se. Agora!
Depois disso, você só precisará de força de vontade para usar seus vales-presente, tomar aquela garrafa de vinho, usar suas milhas acumuladas e tirar as férias que sempre desejou. Se fraquejar, não ceda ao sentimento de culpa ou vergonha.
Reconheça o que você é: um procrastinador de prazer em recuperação. Pode soar estranho, mas essa é na verdade uma forma muito comum de procrastinação. Basta perguntar às empresas que, todos os anos, poupam bilhões com vales-presente não usados.
Psicólogos e economistas comportamentais levaram algum tempo para analisar essa condição. Recentemente, começaram a estudar o impulso de adiar para amanhã aquilo que poderia ser desfrutado hoje.
Por que, por exemplo, é tão difícil encontrar tempo para visitar atrações turísticas em nossos próprios quintais? Pessoas que se mudaram para Dallas, Chicago ou Londres visitam menos atrações locais em seu primeiro ano nessas cidades do que faz um turista que passa apenas duas semanas nelas, revela um estudo de Suzanne B. Shu e Ayelet Gneezy, professores de marketing na Universidade da Califórnia em Los Angeles e da Universidade da Califórnia em San Diego, respectivamente.
Quando não existe nenhum prazo final imediato, tendemos a adiar a visita ao zoológico porque supomos que teremos mais tempo no próximo fim de semana -ou no seguinte, ou no próximo verão. É o mesmo pensamento que nos leva a deixar um vale-presente na gaveta porque prevemos ter mais tempo para fazer compras no futuro.
Tentamos fazer uma análise de custo-benefício do tempo perdido versus o prazer ou dinheiro a ser ganho, mas não somos precisos nas estimativas do "desnível de recursos", como o chamam Gal Zauberman e John G. Lynch.
Esses dois economistas comportamentais descobriram que, quando se pede às pessoas que prevejam quanto tempo e dinheiro terão no futuro, elas presumem que o dinheiro será curto, mas esperam que tempo livre apareça como mágica.
Por isso, é mais provável que as pessoas concordem em assumir para o ano que vem um compromisso -como fazer um discurso- que recusariam se alguém lhes pedisse que encontrassem tempo para isso no próximo mês. Isso gera o que os pesquisadores descrevem como efeito "sim -que droga!": quando chega a hora do discurso, a pessoa descobre que está tão ocupada quanto sempre.
Uma vez que você começa a adiar prazeres, se fixar sua atenção sobre algum nirvana imaginário, isso pode virar um processo que se autoperpetua. Quanto mais tempo você espera para abrir aquela garrafa de vinho, mais especial a ocasião precisa ser para fazer jus ao vinho.
Se quer aproveitar ao máximo os créditos de milhagem, pode acabar perdendo-os. "As pessoas podem ficar focadas demais sobre um ideal", disse Shu. "Mesmo que saibam que é improvável que se concretize, ficam tão fixadas no cenário perfeito que bloqueiam outras possibilidades.
Ou preveem que se arrependerão mais tarde se aceitarem a segunda melhor opção, apenas para descobrir que a melhor opção ainda está disponível. Mas não se dão conta de que elas podem acabar com algo pior e lamentar não terem optado pela segunda melhor alternativa."
Como aplicar essas lições? Como evitar adiar o prazer? Uma estratégia imediata, disse Shu, é usar rapidamente qualquer vale-presente que tenha recebido no Natal. "O maior perigo é que ele acabe vencendo", disse.
Outra tática é fixar prazos. Determine que você vai usar as milhas aéreas até o verão, mesmo que não sejam suficientes para uma viagem de volta ao mundo. Em lugar de esperar por uma ocasião especial para desfrutar de algum prazer, crie uma.
Lembre-se do conselho dado no filme "Sideways - Entre Umas e Outras" ao personagem Miles, que guarda uma garrafa de Cheval Blanc ano 61 há tanto tempo que ela pode estragar.
Quando ele diz que está esperando uma ocasião especial, sua amiga Maya responde: "O dia em que você abrir um Cheval Blanc 61, isso será uma ocasião especial".

janeiro 09, 2010

Sessenta anos de Trio Elétrico

Apesar da gafe de Chico Pinheiro ao tentar registrar Daniela como a primeira mulher a cantar num trio (e Baby, Chicão?), vai abaixo uma janela de vídeo para um dos últimos programas do Sarau da Globo News com o tema Trio Elétrico 60 anos.
Vale a pena pelas imagens, pelos depoimentos e pelo registro da falta absoluta de intimidade da nova geração da música baiana com seus instrumentos musicais evidenciada cruelmente pelo virtuosismo relax de Armandinho frente às execuções sofríveis dos outros convidados.
A falta de conhecimento das harmonias de Brasileirinho, do Hino do Bahia e do Sr do Bomfim é de se lamentar...

Cruel!



P.S. O que parece sarcasmo da minha parte, na verdade, é apenas saudade de uma época em que tínhamos um carnaval menos excludente e musicalmente mais rico.
O carnaval baiano foi vitimizado pela sua própria qualidade: deixou de ser uma idiossincrasia lúdica dos baianos para virar produto turístico ainda que carregado de energia e alegria.

janeiro 08, 2010

Inspiração avatar

O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido, que não foi nem "Billie Jean", nem "Beat it", e sim a ecológica "Earth Song", de 1996.
A letra fala de desmatamento, sobrepesca e poluição, e, por um pequeno detalhe, talvez você nunca terá a oportunidade de assistir na televisão: "Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clipe.
Ou seja, o que não passa nos EUA, não passa no resto do mundo. Só mostram o que lhes interessa, e só assistimos o que eles querem.
Veja, então, o que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson.
Este vídeo ganhou em 1996 o prêmio Le Film Fantastique de Melhor Clipe e foi indicado ao Grammy de Melhor Clipe de 1997

Filmado na Africa, Amazonia, Croácia e New York.
Se vc juntar este clipe com Apocalypse Now fica claro de onde Cameron forjou seu avatar!
Qualquer semelhança entre os Masai e os selvagens do filme terá sido mera coincidência?



P.S. Ainda como registro na caderneta de Lavoisier: finalmente incorporado ao arsenal doméstico de gadgets, o PSP2 de minha filha veio com uma das sensações do século XXI: Guitar Hero.
Que joguinho mais ridículo!
Além de não servir para nada em termos de educação musical - no fundo, no fundo - não passa de uma fusão safada entre o Tetris e o Space Invaders com trilha rock.
Meu Deus, meu Deus...
O que aconteceu com a criatividade do mundo?

janeiro 06, 2010

Flashes

Viramos a página!
Dois mil e dez está aí e vc que está lendo este post também.
Passei em casa com a família me empanturrando do bom e do melhor.
Repastozinho pantagruélico para celebrar o lema da casa:
Tudo por uma extravagância, jamais um desperdício!
Finalizei minhas Moets de dezembro com um réquiem de uma Grande Dame 1996, parfaite!
Nada a acrescentar nesta maravilha francesa que me apresentou às notas de tamarindo mais nítidas que jamais achara num champanhe.
Um maravilhoso Château Guiraud 2003 (Sauternes) fechou a sobremesa de forma magnífica.
Eu, que nunca dei ousadia a nenhuma doceria soteropolitana de saborear seus quitutes, tenho que admitir: a Tortarelli realmente me conquistou. A torta de frutas secas com chocolate amargo e a de morangos com massa folheada são realmente um gatilho de pecados.
Ivete estava tocando no home e embora eu não seja este fã da neochanson baiana, tenho que admitir: Ivetes, Chicletes & etctretes são superprofissionais; astros nacionais, propagam a alegria baiana Brasil afora sem jamais perderem a chance de celebrar de corpo presente a missa confessional de suas baianidades.
Não macaqueiam sulismos nem se entregam a xenofilias desnecessárias; são cosmopolitas e baianos iconográficos ao mesmo tempo.
Um oásis em meio a sertanejos e ximbinhas.
Dia 01 foi um estouro: sol maravilhos, procissões e festa numa Bahia que tomava conhecimento da tragédia no sul do Brasil.
Por mais mazelas que queiramos enxergar aqui,cada vez me convenço da propriedade do epíteto Boa Terra.
Enquanto isso o crack grassa e os políticos aparecem em outdoors imensos, retocados por Photoshop e ainda assim bizarros. Desejam-nos tudo aquilo que nos roubam; agora, mais descaradamente do que nunca!
E prá finalizar...
Soube de um conhecido que manifestou demência paroxística; a família acha que pode ter sido efeito tardio de uma cirurgia cardíaca com circulação extra-corpórea.
É... a medicina atual ainda tem atavismos medievais.


E o Morpheus segue em frente!
Related Posts with Thumbnails